terça-feira, 9 de agosto de 2011

Direitos e Deveres do intercambista.

Meu povo,
     Antes de começar essa postagem, eu quero pedir desculpas, por ter passado tanto tempo sem ter dado uma passadinha por aqui. Como eu tinha prometido, vou fazer um post sobre as regras que devem ser seguidas por um intercambista, e como esse post é um pouco mais cansativo de se fazer, eu fiquei com preguiça mesmo (num vou nem mentir, a unica razão de eu não ter passado por aqui foi preguiça!)
     Devo admitir que é um tanto desafiador falar sobre as regras do intercâmbio, pois elas não se restringem apenas aos 4D's (vou falar deles depois), a conduta de um intercambista tem inicio quando ele começa sua vida escolar, mesmo que ele ainda nem pense em fazer intercâmbio, mas mais na frente o seu currículo escolar vai ser avaliado, e ele é decisivo para a admissão ou não do jovem no programa. Então eu cheguei a conclusão de que as regras que devem ser seguidas por um intercambista dividem-se em dois grupos, as que o Rotary lhe mostra e lhe treina, para que sejam seguidas (caso quebradas lhe expõem a um risco de deportação), e também existem as regras das quais você tem que se tocar como intercambista e segui-las (caso quebradas podem ocasionar um mal relacionamento com a família anfitriã ou um mal aproveitamento do seu intercâmbio).
     Alguns dizem que o intercâmbio inicia-se no momento em que você entra no avião, outros dizem que ele é iniciado no treinamento (o do post anterior), eu discordo de todos os dois, pra mim o intercambio iniciou no momento em que eu decidi faze-lo. Decidir fazer o intercâmbio traz uma baita pressão psicológica, pois para fazer o intercâmbio não basta querer, tem ser selecionado. A seleção leva em consideração 3 coisas : Entrevista feita com você, entrevista feita com seus pais e currículo escolar (confesso que fui um pouco relapso com relação ao ultimo, mas no final deu tudo certo). Desde sempre existe aquela ideia de que "se eu não estudar não faço o intercâmbio", e isso mexe muito com o psicológico da pessoa, mas o currículo escolar é a menor pressão, pois se eu tirar nota baixa posso melhora-la na próxima etapa, o problema mesmo é quando chega a hora da entrevista, é impossível descrever aquela sensação de ter um sonho nas mãos de uma banca de jurados, e você fica com medo porque apesar de saber que ter o perfil de intercambista que eles querem, você não sabe se vai conseguir mostrar isso pra eles. E quando você pensa que acabou o seu risco, ainda vem o medo de que os seus pais falem alguma besteira na entrevista e acabem por lhe prejudicar. Mas  passada a entrevista vem um período de muita tensão, até que você recebe um e-mail confirmando que você passou, ou que não passou. No meu caso eu não me lembro bem, eu acho que fizeram a entrevista umas 25 ou 30 pessoas, na Paraíba, eu fiquei em 8º lugar, garantindo uma das 10 cobiçadas vagas (aos que não conseguiram da primeira vez, NÃO DESISTAM, tentem mais uma vez, pois vale a pena de verdade!!).
     Bem posso afirmar que eu já amadureci MUITO nesse intercâmbio que estou vivendo, pois você sai de baixo das asas dos seus pais e passa a andar com suas pernas. Depois que você é selecionado vem uma infinidade de coisa pra fazer, começando com o preenchimento do "Application Form" (formulário com informações pessoais que vai para a sua família anfitriã), são essas coisas que lhe forçam a criar responsabilidade, pois ou você corre atras pra fazer, ou atrasa todo o processo. E depois vem mais tensão a espera do "Guarantee Form" (formulário que sua família anfitriã preenche, afirmando que você tem um "teto" no pais anfitrião), mas enquanto o seu GF não chega você tem que preencher o do intercambista que vem pra sua casa, pois no Rotary quem manda também recebe, então mais uma vez você vai correr atras de documentos, assinaturas, autorizações, etc... e é impressionante como você se sente na obrigação de fazer isso rápido, pois você se coloca no lugar do intercambista que vem pra sua casa, e assim como você está ansioso para receber o seu GF, sabe que ele também esta.
     Dai vem o treinamento (vou falar mais dele depois), e depois do treinamento vem um mooooooooooooonte de coisa pra se fazer, de coisas pra providenciar, passagem, roupas, presentes pra família, remédios, etc... e isso pode até parecer pouca coisa, mas quando junta com papelada de visto, a necessidade de manter constante contato com a família anfitriã, pesquisar sobre o país, tentar aprender o idioma, O TEMPO VOA SEM QUE VOCÊ PERCEBA.
     Agora eu vou pedir desculpas, eu me empolguei ao contar a trajetória do intercambista e fugi completamente do tema, vamos voltar aos "Direitos e Deveres do Intercambista".
      O intercambista passa por um treinamento onde é feita uma "lavagem cerebral", lhe enchem de regras das quais eu vou citar as mais importantes e mais conhecidas, são os 4D's:
    - 1º No Drink: O intercambista do Rotary não pode beber durante o programa, la mesmo eles dizem que isso é relativo, que não tem problema que o intercambista beba um pouco com sua família, ou até mesmo com os amigos, mas eles estão cientes de que se tiver algum problema a primeira providencia do Rotary será deporta-lo
    - 2º No Drive: É terminantemente proibido dirigir qualquer veiculo a motor (na palestra eles brincam dizendo que não pode dirigir nem carrinho de cortar grama)
    - 3º No Dating: Bem... Esse aqui é bem relativo, pois o maior medo do Rotary é que você se apaixone por la, e não queira voltar, ou que você deixe um filho no exterior, mas "não existem restrições" com relação a um "fica" casual. (isso fica meio complicado no meu caso /) )
    - 4º No Drugs: Esse aqui eu dispenso comentários, pois chega a ser idiotice perder a chance de crescimento pessoal que é o intercâmbio com drogas!
     Em alguns distritos existem 6D's incluindo "No Download" (para evitar que você coloque vírus no computador na casa anfitriã) e o "No Disconfiguring" (que se refere a colocar piercings e tatuagens, nos distritos onde não tem esse "D" só é permitido colocar piercings e tatuagens mediante a apresentação da autorização dos pais).
     Mas depois de assistir as palestras do Professor Fernando Gonçalves, nós percebemos que existem algumas outras regras, como evitar o Abilolamento, o Abobamento, a Filhisse de Papai, e também promover a Enxergancia. Esses termos se referem mais ou menos a condulta que deve tomar um intercambista, o que ele deve fazer, como se aproximar da sua família anfitriã, correr atrás de amizades (não tem nada pior para o intercambista do que solidão) evitar o isolamento em computador e telefone, escolher bem as amizades, dentre muitas outras coisas que são de extrema importancia.
     Já me prolonguei demais (tenho que começar a regrar as minhas postagens, se não vocês acabam desistindo de lê-las =D ), eu fico por aqui.
     Csók és ölelések (Segundo o Dr. Google isso é "Beijos e Abraços" em húngaro)


     P.S.: Para quem se interessar, o texto abaixo foi publicado pelo Prof. Fernando Gonçalves na revista ALGOMAIS





BOM HUMOR E ENXERGÂNCIAS
Fernando Antônio Gonçalves

1. No encontro que aconteceu, julho último, com os intercambistas do NORBREX, que envolve os clubes rotários de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, bati um papo descontraído com os jovens que irão representar a região pelos quatro cantos do mundo. Além de reabraçar meus queridos amigos Francisco Leandro, Zazá e Rivaldo, tive uma alegria gota serena, após contar uma história ocorrida há alguns anos atrás. E o fato, verdadeiro por derradeiro, foi o seguinte: avô amado, passeando com neto criança pelo pasto de uma pequena granja, em Aldeia, solta um estridente pum, daqueles audíveis a alguns metros. Virando-se imediatamente para o garoto, com ar zombeteiro exclama: Huguinho, você??? Resposta imediata do menino, sem querer denunciar o avô querido: Oxente, voínho, fui eu não. Num tá vendo que um peido deste tamanho não cabe na minha bunda?  
            Terminado o papo, eis que um dos intercambistas se apresenta, declarando ser o neto da história acima, também me apresentando seus pais. E me prometendo enviar dois livros escritos pelo seu avô, autor do pumzão histórico.
            E os Correios me entregaram, sábado passado, um pacote bem embalado contendo os dois livros prometidos: Nós lá de casa e Cascalho. Ambos escritos por Hugo Varella de Matos Brito, o avô do pum, um deles trazendo a seguinte dedicatória prá lá de espontânea: “Professor Fernando, sou o garoto peidão da história citada em sua palestra. Este livro que estou lhe enviando foi escrito pelo meu avô, o protagonista da história. Ass: Peidão Orgulhoso Hugo Melo”. 
2. Gosto que me enrosco dos jovens que possuem responsabilidade. E sempre envio para os abilolados pidões e pouco solidários para com os desfavorecidos algumas recomendações fraternais: a. Nunca reclame com aspereza, agradeça sempre!; b. Mesmo quando tudo estiver escuro, seja luz, ilumine!; c. Acostume-se a agradecer e não a obrigar-se. Diga sempre “grato” ou “agradecido”, nunca “obrigado”; d. Peça perdão se achar que a responsabilidade é sua; e. E lembre-se sempre, nos piores momentos, de repetir para si mesmo a reflexão de Lulu Santos: “Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia: tudo passa, tudo passará”.
3. Uma geração com cada vez menor NA (Nível de Abobamento) está emergindo Brasil afora. Dois exemplos curtos: a. Netinha, ao telefone: Voínha, lembra daquela empregada que trabalhou um bocado de tempo na sua casa, a Mirinha? Tá trabalhando agora aqui em casa.  Mas não se preocupe, viu? Não acreditei nadica nas leseiras que ela disse que você tava fazendo por causa da idade; b. Netinha com o avô, na porta da Igreja, aguardando a mãe que estacionava o carro. Uma coleguinha se aproxima: - Você não disse que a seu avô mancava? Resposta: - Não é bem assim, só quando ele anda. 
(...)


ATENÇÃO! Caso não mais deseje receber as Reflexões, por qualquer conveniência, favor contatar com fer.gon@terra.com.br. Se desejar ver outras crônicas, acessar www.fernandogoncalves.pro.br. Se quiser repassar para outrem as Reflexões, sinta-se plenamente à vontade, sem qualquer comunicação prévia, posto que tudo vale a pena, quando a alma não é pequena, como já proclamava o muito notável poeta português Fernando Pessoa.

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